Lista de empresas chinesas monitoradas pelo Pentágono dá pistas dos alvos das sanções nos planos de Trump

Gigante chinesa de tecnologia está no alvo do Pentágono por suspeita de ligação com governo chinês — Foto: Qilai Shen/Bloomberg

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GERADO EM: 19/01/2025 - 15:02

Investidores preocupados com possíveis sanções a empresas chinesas devido à posse iminente de Trump

Com a posse iminente de Trump,investidores se preocupam com possíveis sanções a empresas chinesas. A inclusão na lista do Pentágono desencadeou queda nas ações da Tencent e CATL,apesar de não implicar sanções legais. A confusão sobre as listas críticas dos EUA e a necessidade de uma abordagem uniforme geram incerteza nos mercados. A China é vista como desequilibrada economicamente,financiando sua máquina militar.

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O retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos — eleito em novembro,ele toma posse amanhã — tem deixado investidores apreensivos sobre quais empresas chinesas serão alvo de sanções ou restrições comerciais dos EUA.

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Uma lista de vigilância do Pentágono,até ontem amplamente ignorada,agora chama a atenção de agentes de mercado em busca de pistas sobre os próximos alvos.

A inclusão de diversas empresas chinesas de destaque na lista de empresas que os EUA acreditam ter vínculos com o exército chinês desencadeou uma venda massiva de ações neste mês. Entre elas estão a Tencent Holdings Ltd. e a Contemporary Amperex Technology Co. Ltd. (CATL),que fabrica baterias para a Tesla de Elon Musk,aliado de Trump,e outras montadoras.

A gigante de tecnologia Tencent é a empresa mais valiosa da China e possui grandes investimentos ou parcerias com empresas sediadas nos EUA,como Epic Games Inc. e Activision Blizzard Inc. Ela também investiu substancialmente no desenvolvimento de inteligência artificial.

Já a CATL fabrica baterias para veículos elétricos e fornece para algumas das maiores montadoras do mundo,incluindo Tesla Inc.,Stellantis NV e Volkswagen AG. A Ford está licenciando tecnologia da CATL para construir baterias de veículos elétricos em Michigan.

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A queda dos papéis dessas empresas nos mercados ocorreu apesar do fato de que estar na chamada "Lista 1260H" — nomeada em referência a um parágrafo da lei de defesa de onde se origina — não tem implicações legais nem resulta em sanções.

— A reação do mercado não é tanto pelo que esta lista significa,mas pelo que pode prenunciar para essas empresas no futuro — disse Marko Papic,estrategista macro global da BCA Research. — É o primeiro passo para mais exclusões,restrições e possíveis sanções.

Lista vem do primeiro mandato de Trump

A lista do Pentágono foi criada como parte de uma lei anual de defesa aprovada nos últimos dias do primeiro mandato de Trump,com o objetivo de expor a conexão entre os interesses comerciais e militares da China.

O governo de Joe Biden continuou a adicionar empresas à lista,incluindo algumas aparentemente civis. Agora,há temores de que Trump possa usá-la para adotar uma abordagem mais agressiva,adicionando empresas que sua administração acredita estarem ocultando vínculos com os militares chineses.

Os presidentes dos EUA,Donald Trump,e da China,Xi Jinping,numa reunião de cúpula em Pequim em 2017. Rivalidade crescente entre os paísesNYT - 09/11/2017 — Foto: NYT

Scott Bessent,indicado de Trump para ser seu secretário do Tesouro,reforçou essas preocupações durante sua audiência de confirmação no Congresso dos EUA na última quinta-feira.

— A economia chinesa é a mais desequilibrada da história do mundo — disse Bessent. — Eles estão usando seus excedentes para financiar sua máquina militar. Na China,há uma expressão que une os termos "industrial militar",e o militar sempre vem primeiro.

A lista de empresas militares chinesas na mira do Pentágolo faz parte de uma estrutura confusa que inclui sanções e restrições de exportação gerenciadas por várias agências,frequentemente deixando aliados e mercados incertos sobre como cumprir as diversas regras.

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Estar na lista pode ter um impacto significativo. As ações da Tencent caíram cerca de 10% nos quatro pregões após a inclusão da empresa na lista crítica de defesa pelo governo Biden. As ações da CATL recuaram cerca de 3%. Ambas as empresas negaram qualquer envolvimento em atividades militares.

O Pentágono também adicionou outras 14 empresas à lista,que agora inclui mais de 130 organizações acusadas de colaborar com o exército chinês. Os nomes incluem companhias aéreas,empresas de construção,fabricantes de hardware de computadores e de comunicações.

No caso da Tencent e da CATL,elas podem ter sido incluídas por causa das tecnologias de ponta que estão desenvolvendo em inteligência artificial e baterias. Segundo Michael Atkinson,ex-funcionário de inteligência e advogado de segurança nacional no escritório Crowell & Moring LLP,ambas são exemplos de tecnologias emergentes desenvolvidas por corporações,e não governos.

— Essas empresas de tecnologia emergente são fontes crescentes de poder geopolítico — disse Atkinson. — O governo dos EUA provavelmente está tentando entender como limitar o alcance dessas empresas para proteger o país,da mesma forma que faria com adversários estrangeiros mais tradicionais.

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A confusão sobre as diversas listas críticas dos EUA pode ser outro motivo para a recente venda de ações,alimentando discussões em Washington sobre a necessidade de uma abordagem mais uniforme para restringir e sancionar empresas de adversários como a China.

Ao longo dos anos,houve propostas para harmonizar essas listas e torná-las mais alinhadas. O conselheiro de segurança nacional indicado por Trump,Mike Waltz,apresentou um projeto de lei com esse objetivo quando era congressista em 2023.

É possível até que Trump ofereça um alívio às empresas,assim como parece estar fazendo com o aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok,de propriedade chinesa. O republicano,que antes apoiava a proibição do TikTok,mudou de opinião.

Agora,ele afirma que quer revisar a situação após a Suprema Corte ter mantido uma lei que proíbe o aplicativo,a menos que sua proprietária chinesa,Bytedance Ltd.,o venda.

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