Jair Bolsonaro com Renato Araújo no último domingo — Foto: Reprodução
RESUMO
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Bolsonaro apoia empreiteiro suspeito para 2026
Bolsonaro prepara terreno para candidatura do empreiteiro Renato Araújo em 2026,apesar de diploma suspeito. Araújo enfrenta acusações de apresentar diploma falso de engenheiro,emitido por faculdade descredenciada. CREA-RJ levanta questões sobre autenticidade do diploma,enquanto Araújo se mantém em silêncio.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Durante uma maratona de agendas em Angra dos Reis na semana passada,o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a preparar terreno para uma candidatura em 2026 do empreiteiro Renato Araújo,que supervisionou a obra de sua casa de veraneio no município. Araújo,que já concorreu à prefeitura de Angra pelo PL em 2024,foi acusado por adversários de apresentar um diploma falso de engenheiro.
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Além de levar Araújo a compromissos políticos na cidade,Bolsonaro afirmou,em entrevista a um podcast local,que lançará o aliado a deputado estadual ou federal.
— Ele é um empresário bem-sucedido. Essa experiência que ele tem,de boa gestão,é bom entrar na política. Vai ser a escolha dele,federal ou estadual em 2026.
Dono da empreiteira Bravo Construções,que atua em Angra há cerca de uma década,Araújo apresentou à Justiça Eleitoral um atestado de conclusão do ensino superior em uma faculdade declarada extinta pelo Ministério da Educação (MEC). Ele diz ter cursado engenharia civil,entre 2018 e 2022,por uma instituição privada de Salvador,a Faculdade Hélio Rocha.
A faculdade foi descredenciada pelo MEC em março do ano passado,por indícios de “inatividade acadêmica” entre 2020 e 2021. Segundo o MEC apontou,em ação judicial na 11ª Vara Federal da Bahia,a faculdade não comprovou que houve “oferta efetiva de aulas de cursos de graduação” no período. A instituição chegou a obter uma liminar para suspender seu descredenciamento em junho,mas ela foi cassada em setembro.
Procurado pelo GLOBO,Araújo afirmou que a faculdade “estava ativa e sem problema algum” quando fez a matrícula,e disse ter cumprido “a grade curricular a distância” e concluído — o cadastro do curso no MEC,porém,só exibe a opção de modalidade “presencial”.
A chapa rival,de Cláudio Ferretti (MDB),questionou a validade do diploma de Araújo,o que levou o então candidato do PL a entrar com ação por propaganda caluniosa. O juiz responsável arquivou o caso por entender que não poderia verificar a “veracidade de sua formação acadêmica”.
No processo em questão,a campanha do MDB anexou um ofício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ),que regula a atuação de engenheiros no estado. O ofício cita um “suposto ilícito penal” em face do “requerente de registro profissional” Renato de Araújo Correa,mesmo nome do candidato do PL.
Procurado pelo GLOBO,o CREA-RJ confirmou a existência do ofício e disse,em nota,que apresentou notícia de crime à Polícia Federal,em 2023,devido à “possibilidade de o candidato a registro profissional ter apresentado um diploma inautêntico”.
O CREA-RJ afirmou ainda que “o interessado não voltou a requerer registro profissional de engenheiro” desde então. Procurado novamente pelo GLOBO para comentar as inconsistências levantadas pelo CREA-RJ,Araújo não respondeu.