Edifício Almirante Barroso,no Centro do Rio — Foto: Reprodução
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 13/01/2025 - 21:32
Investidores perplexos com queda em fundo imobiliário no Rio
Mais de 2 mil investidores do fundo do Edifício Almirante,no Rio,sofrem com queda de 60% nas cotas após proposta misteriosa de R$120 milhões para compra do prédio por ONG desconhecida. Decisão de vetar negócio gera perplexidade,com representantes dos cotistas sem explicar motivos. Valor de mercado do fundo cai drasticamente,enquanto incerteza paira sobre o futuro do icônico arranha-céu.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Os mais de 2 mil investidores do fundo que é dono do Edifício Almirante — arranha-céu icônico do Centro do Rio — estão no escuro. Desde que o ano virou,as cotas do veículo de investimento despencaram 60% na Bolsa,em aparente reação a um verdadeiro cavalo-de-pau nos rumos do prédio: após aprovarem uma misteriosa proposta de R$ 120 milhões para a compra do edifício,há anos vazio,parte dos cotistas decidiu convocar uma assembleia para vetar o negócio sem explicar seus motivos.
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Localizado no número 174 da Avenida Rio Branco,o arranha-céu de 31 andares costumava ser uma das sedes da Caixa Econômica Federal — inclusive do seu museu,a Caixa Cultural —,mas ficou vazio em 2021,quando o banco estatal entregou as chaves. Desde então,o fundo imobiliário que é proprietário do edifício,negociado sob o código FAMB11 na Bolsa,vive dias difíceis.
ONG
Até que,em agosto,uma correspondência parecia ter caído do céu: após anos sem que qualquer empresa se interessasse até por alugar uma salinha no arranha-céu,uma ONG bateu à porta do fundo oferecendo R$ 120 milhões para comprar o prédio inteiro.
Também surpreendeu o perfil da potencial compradora,uma ilustre desconhecida no mercado imobiliário carioca. Tratava-se da Vitalis – Promoção e Desenvolvimento Social,cadastrada junto à Receita Federal como desenvolvedora de “atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte”. Criada em 2007,a ONG apresenta como endereço três salas de um prédio na mesma Avenida Rio Branco.
Nunca ficou claro por que uma ONG que mal tinha site queria um arranha-céu para chamar de seu,tampouco como pagaria R$ 120 milhões para satisfazer esse desejo. (À época da proposta,a coluna ligou para a dona da Vitalis,que desconversou,prometeu retornar e não retomou mais o contato…).
A despeito dessas dúvidas,os cotistas decidiram aprovar a proposta da Vitalis após anos de perdas acumuladas com o fundo. Parecia ser o desfecho para um período amargo,mas que devolveria algum patrimônio aos investidores.
Nada feito
Acontece que meses se passaram sem que a venda se concretizasse. Até que,em dezembro,dois representantes dos cotistas solicitaram ao BTG Pactual,que administra o fundo,a convocação de uma assembleia para desfazer o negócio.
A correspondência não explica as razões para isso,dizendo apenas que “até o presente momento não houve a assinatura da escritura definitiva; portanto,os cotistas têm o direito de rever a aprovação concedida a qualquer tempo.” A coluna entrou em contato com os representantes dos cotistas que convocaram a assembleia,mas eles não quiseram explicar seus motivos.
Os cotistas já estão sendo consultados formalmente sobre isso,mas não parecem ter clareza sobre as razões por trás do movimento. Enquanto isso,o valor de mercado do fundo recuou de R$ 233,2 milhões,no auge do ano passado,para menos de R$ 90 milhões.
No Edifício Almirante,o ano muda,mas a crise não.