Notificação sobre intenção de fusão de Gol e Azul deve chegar ao Cade até abril

Gol e Azul já possuem acordo de code share envolvendo 40 rotas — Foto: Divulgação

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GERADO EM: 09/01/2025 - 21:28

Azul e Gol planejam fusão estratégica no mercado aéreo

A Azul e a Gol pretendem notificar o Cade sobre intenção de fusão até abril,mas decisão de quando fazer isso depende de fatores estratégicos. A complexa operação pode durar mais de 11 meses. Azul busca união para enfrentar cenário econômico desafiador,enquanto possível manutenção de marcas no Brasil está em discussão. Ações são estratégicas para fortalecer as empresas no mercado aéreo.

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A Azul e a Gol,por meio da sua controladora Abra,planejam notificar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a intenção de unir as operações até abril. Internamente,segundo fontes,a discussão é se isso deve ser feito antes ou depois da saída da Gol do processo de recuperação judicial nos EUA,prevista para abril.

Conforme noticiou o jornal Valor Econômico esta semana,a Azul e a Abra estariam próximas de assinar um memorando de entendimentos com vistas a uma possível união das operações de Gol e Azul.

Uma operação de fusão entre as duas empresas poderá ser um dos casos mais complexos da história do órgão antitruste brasileiro e não deverá durar menos do que 11 meses. Portanto,mesmo com o anúncio da intenção de uma fusão,a Gol sairá “sozinha” do Chapter 11.

A decisão de notificar o Cade o quanto antes é estratégica. As empresas buscam obter alguma sinalização do órgão antitruste sobre as chances ou condições de aprovação da operação. Só depois desta sinalização — e a depender do que vier — é que as empresas deverão efetivamente começar a fazer uma análise das potencialidades do negócio e de suas sinergias,para então dar início aos processos de due diligence.

O cenário hoje é diferente de quando surgiram as primeiras notícias de fusão de operações,com a Azul posicionada como compradora. A Azul tem mais pressa em avançar nas conversas sobre uma eventual fusão,dado que a empresa está mais exposta ao impacto da alta do dólar sobre o seu endividamento — enquanto a Gol caminha para sair do processo do Chapter 11 com um caixa mais robusto e as dívidas equacionadas,como aconteceu com a Latam.

Na eventualidade dos acionistas de Azul e Abra não chegarem a um acordo,a Azul não teria muitas alternativas que não recorrer também ao Chapter 11,uma vez que seguirá carregando um alto endividamento e competindo com dois concorrentes fortes e estruturados. Por outro lado,ter a Azul na Abra valoriza o grupo para uma abertura de capital mais para frente e dá mais musculatura para fazer frente ao Grupo Latam na América Latina.

Dentre os desenhos que estão sendo aventados está a possibilidade de manter as marcas Gol e Azul no Brasil — uma com um posicionamento mais premium e a outra mais low cost — mas garantindo a conectividade total da malha das duas empresas.

Azul e Gol já estão com parte das malhas coordenadas em um acordo de codeshare anunciado em maio de 2024 e que envolve 40 rotas nas quais elas não competem diretamente. A combinação de voos mais as possíveis conexões fazem com que o codeshare englobe 2,7 mil “oportunidades de viagem” diferentes,com aviões de uma empresa ou da outra,e que podem ser compradas no site de Gol ou Azul.

As negociações da Azul não passam pela Gol e acontecem diretamente com a Abra na Colômbia. A holding foi criada em 2022 pelos donos da colombiana Avianca quando da incorporação da Gol,com a família Constantino,fundadora da companhia aérea brasileira,se associando à holding.

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