Centros de pesquisas sugerem plano para áreas críticas do G20

Museu de Arte Moderna,no Rio,que vai receber as reuniões do G20 — Foto: Mauro Pimentel/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 10/11/2024 - 09:05

"Plano de ação do T20 para desafios globais: governança de dados e economia de baixo carbono"

Centros de pesquisa do T20 apresentam plano de ação para desafios globais ao G20,abrangendo temas como mudanças climáticas e segurança alimentar. Propõem governança de dados e mecanismos para transição para economia de baixo carbono. Iniciativa visa influenciar decisões e amplificar voz da sociedade civil. Futura presidência do G20 pela África do Sul já se prepara para dar continuidade aos trabalhos.

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Para pressionar a agenda do G20,que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana,um grupo de centros de pesquisa entregará aos líderes uma proposta de plano de ação para enfrentamento dos principais desafios desafios globais. Trata-se do T20,um dos grupos de engajamento do G20,que pela primeira vez desde que foi criado,em 2012,sugeriu um roteiro para a implementação de medidas em áreas críticas.

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Transformação digital

O programa abrange temas como mudanças climáticas,transformação digital,segurança alimentar e reformas financeiras. Antes,os esforços se concentravam em apresentar recomendações políticas,sem apontar caminhos possíveis. A expectativa é ajudar a amplificar a voz da sociedade civil nos debates e influenciar os processos de tomada de decisão do G20.

Elaborado por 182 entidades e institutos de países que são membros ou convidados do G20 no Brasil,o documento detalhado com todos os planos de ação será entregue aos integrantes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças durante a Cúpula do T20,amanhã e terça-feira,no Rio.

Com evolução das tecnologias digitais,como a inteligência artificial,a questão dos dados é um dos focos das propostas do T20. O grupo vai sugerir a adoção de um regime de governança que promova transparência no desenvolvimento de dados e capacite os cidadãos para que eles possam controlar como suas informações pessoais são usadas,geridas e compartilhadas. Outra recomendação é a criação de uma estrutura regulatória que assegure acesso justo e inclusivo a infraestruturas digitais,como sistemas de pagamento.

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— Em alguns temas de transformação digital,o Brasil está muito avançado. O Pix foi uma inovação incrível que permitiu a inclusão ao possibilitar transferências de dinheiro sem cobrança. Temos exemplos interessantes para compartilhar e podemos absorver modelos de outros países — diz a diretora-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri),Julia Dias Leite.

Na questão das mudanças climáticas,a proposta é que sejam instituídos mecanismos de capacitação,transferência de tecnologia e financiamento para ajudar planos nacionais de transição para uma economia de baixo carbono,principalmente em países em desenvolvimento.

— Bancos de desenvolvimento podem criar fundos para apoiar essa transição,mas é preciso vontade política — afirma Leite.

A sugestão de planos de ação inclui estratégias para reestruturar a dívida de países de baixa renda,fortalecer novamente a Organização Mundial do Comércio (OMC),a fim de evitar a escalada de medidas protecionistas entre as economias globais,e aumentar a oferta de empréstimo em moeda local a países em desenvolvimento para protegê-los de riscos cambiais e crise.

1ª reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20

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Na foto: Dilma Roussef e Ilan Goldfajn,Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e Kristalina Gerorgieva,diretora do FMI — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Ministro Fernando Haddad profere seu discurso de abertura virtualmente. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Dilma Roussef e Ilan Goldfajn,Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Na foto: Dario Durigan,secretá¡rio executivo do Ministério da Fazenda,Ajay Banga,Presidente do Grupo do Banco Mundial e vice-presidente da General Atlantic. Ilan Goldfajn,Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e Kristalina Georgieva,atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

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Participam também do encontro os presidentes dos Bancos Centrais do G20,além da secretária do Tesouro dos Estados Unidos,Janet Yellen,e a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI),Kristalina Georgieva. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Na foto: Roberto Campos Neto,Dario Durigan,secretário executivo do Ministério da Fazenda — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Abertura da reunião dos ministros das Finanças do G20 — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Na foto: Ilan Goldfajn,Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Na foto: Tatiana Rosito. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Ministro Fernando Haddad profere seu discurso de abertura virtualmente. — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

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Na foto: Kristalina Georgieva,atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional. — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

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Na foto: Ajay Banga,Presidente do Grupo do Banco Mundial e vice-presidente da General Atlantic — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.

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Na foto: Dario Durigan secretário executivo do Ministério da Fazenda. — Foto: Maria Isabel Oliveira

Reunião dos ministros das Finanças do G20 começou nesta quarta-feira (28),em São Paulo

Vacinas e medicamentos

Na área da saúde,explica Julia,a pandemia da Covid-19 evidenciou a necessidade de cooperação global para combater o acesso desigual a vacinas,medicamentos e suprimentos. A proposta é que seja criada uma coalizão que permita transferência de tecnologias e impulsione a inovação.

Já no tema da segurança alimentar,a ideia é que o G20 lidere iniciativas,como organizar espaços de diálogo e um fórum de monitoramento de conflitos que afetam o transporte de alimentos,com o objetivo de proteger mantimentos de interferências geopolíticas e facilitar modelos agrícolas sustentáveis.

— Estou otimista quanto a algumas de nossas sugestões serem absorvidas pelo G20 — destaca Leite.

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Para o diretor de Estudos Internacionais do Ipea,Fábio Veras,propor planos de ação ajuda a convencer os governos da viabilidade das recomendações políticas feitas pelos centros de pesquisa em julho,quando um comunicado foi entregue aos líderes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças do G20.

— Nosso objetivo é influenciar a continuidade do processo nas próximas presidências do G20 e impulsionar que esses temas permaneçam na agenda para serem debatidos com a contribuição dos think tanks — diz Veras.

Os centros de pesquisa brasileiros também já estão organizando a transição do comando do T20 para instituições da África do Sul,que ocupará a presidência rotativa do G20 em 2025. A ideia é facilitar a continuidade dos trabalhos e afinar pautas prioritárias.

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