Conflitos com nativos, comércio e população: entenda por que os vikings não colonizaram a América do Norte

Cena de 'Vikings' — Foto: Divulgação

Embora os vikings tenham chegado ao que hoje é a região de Newfoundland,Canadá,por volta do ano 1000 d.C.,diferentes fatores os impediram de estabelecer uma colonização duradoura na América do Norte. Arqueólogos e historiadores apontam que,apesar da exploração e de alguns assentamentos temporários,a falta de interesse em uma colonização ampla,o baixo número de colonos e os frequentes conflitos com populações indígenas locais limitaram suas possibilidades.

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Os textos medievais nórdicos,como a "Saga de Erik,o Vermelho",relatam confrontos intensos entre os vikings e os povos indígenas,conhecidos pelos escandinavos da Groenlândia como “skrælingar”. Esses conflitos rapidamente se tornaram uma barreira intransponível.

A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui

Conforme o pesquisador do Smithsonian,Kevin P. Smith,relatou à Live Science,os vikings “não viam possibilidade de vitória ou estabilidade em uma terra que,de outra forma,seria perfeita para colonização”. No relato nórdico,após uma batalha que resultou na morte de alguns vikings,o grupo decidiu retornar à Groenlândia,abandonando a ideia de colonização.

População viking insuficiente

Outro fator crucial foi a baixa quantidade de vikings disponíveis para sustentar um assentamento duradouro. O curador Jan Bill,do Museu de História Cultural da Universidade de Oslo,afirmou à publicação científica que o total de habitantes escandinavos no final da Era Viking era provavelmente inferior a um milhão.

A Groenlândia,uma das colônias mais recentes,tinha,no máximo,uma população de 2.000 a 3.000 habitantes por volta de 1300,ou seja,era insuficiente para sustentar uma expansão para novas terras. Em contraste,estimativas indicam que a população indígena da América do Norte na época era expressivamente maior,entre 500 mil e 2,6 milhões.

Runas vikings — Foto: Anders Mejlvang por Pixabay

O trajeto pelo Atlântico Norte,conhecido por suas águas geladas e tempestades violentas,tornava a rota marítima dos vikings um obstáculo difícil. "O frio e as tempestades do Atlântico Norte constituíam uma barreira maior do que as condições mais favoráveis encontradas mais ao sul," explicou Jan Bill à Live Science. Além disso,a distância entre a Groenlândia e a Europa dificultava o fluxo de bens e comércio para uma colônia em território americano,limitando o potencial de expansão.

O principal interesse dos vikings em Vinlândia não era colonizar,mas explorar recursos naturais que sustentassem a Groenlândia,ainda em desenvolvimento e com poucas pessoas. Christopher Crocker,da Memorial University em Newfoundland,também indica que não há evidências concretas de que os vikings planejavam estabelecer um assentamento permanente na América do Norte.

Reprodução de IA de vilarejo viking — Foto: gistrj por Pixabay

Por outro lado,alguns relatos sugerem divergências internas,como discordâncias sobre religião,direção e táticas militares,o que pode ter enfraquecido a coesão do grupo e contribuído para o abandono de L’Anse aux Meadows após cerca de duas décadas.

Contexto europeu e o avanço de outros colonizadores

Além dos fatores específicos à vida viking,o contexto europeu também influenciou a situação. O desenvolvimento urbano e a formação de Estados centralizados,que facilitariam a colonização mais tarde,ainda eram limitados na Escandinávia.

Homem realiza demonstração de tradição viking em museu — Foto: Paolo Ghedini por Pixabay

Ainda que os vikings tenham sido pioneiros na chegada ao continente americano,a tentativa de colonização foi complexa e com grandes obstáculos para a população da época,que carecia de grandes grupos para ter frente estratégica contra adversários mais poderosos.

Pela primeira vez na história,mulheres participaram de tradicional festa viking escocesa

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Pela primeira vez na história,mulheres participarão de tradicional festa viking escocesa — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Comitê encarregado do festival "Up Helly Aa" anunciou ano passado que suspenderia proibição de mulheres participarem da procissão — Foto: Andy Buchanan / AFP

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O evento,que marca o fim da temporada de Natal,é popular entre os turistas — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Tradicionalmente,envolve cerca de mil participantes do sexo masculino conhecidos como guizers — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Procissão é liderada pelo Guizer Jarl e culmina com os participantes usando tochas flamejantes para incendiar réplica de navio viking — Foto: Andy Buchanan / AFP

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O evento moderno,realizado pela primeira vez em 1881,é conhecido por festas,que geralmente envolvem danças tradicionais das Shetland e consumo excessivo de álcool — Foto: Andy Buchanan / AFP

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As procissões rurais "Up Helly Aa" na região começaram a permitir a participação de mulheres em 2015 — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Este ano,apesar do levantamento das restrições de gênero,não há mulheres no esquadrão principal do Jarl que lidera a procissão — Foto: Andy Buchanan / AFP

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As procissões iluminadas por tochas e a queima de escaleres são um eco dos rituais nórdicos pagãos — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Organizadores disseram que não era surpresa não haver participantes femininas,já que o 'elenco' foi formado em 2021 — Foto: Andy Buchanan / AFP

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Publicidade Presença feminina,porém,ainda foi pequena,uma vez que 'elenco' foi formado em 2022

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