FMI alerta para risco de abrandamento da expansão da economia mundial

"Estes são tempos de ansiedade",apontou,citada pela Associated Press,a diretora-geral do FMI aos jornalistas nos encontros de outono da instituição que lidera e do Banco Mundial.

 

A responsável apelidou de "anémica" a previsão de que a economia mundial cresça 3,2%.

Num contexto de conflitos e de tensão geopolítica crescente,o comércio mundial perde fulgor,ao mesmo tempo que as relações entre Estados Unidos da América e China,as duas maiores economias mundiais,arrefeceram.

"O comércio já não é o poderoso motor de crescimento",afirmou,acrescentando que atualmente há "uma economia global mais fragmentada".

A AP assinala ainda que um elevado número de países continua a enfrentar as dívidas que contraiu para combater a covid-19,sendo que o FMI acredita que a dívida global atinja 100 biliões de dólares (95.580 milhões de euros) este ano,o equivalente a 93% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

"A economia mundial corre o risco de ficar presa numa trajetória de baixo crescimento e dívida elevada",sublinhando que tal se traduz em "rendimentos mais baixos e menos postos de trabalho".

Ainda assim,o FMI regista que o mundo fez progressos consideráveis para controlar a inflação que subiu em 2021 e 2022,quando as economias se agitaram de forma inesperada dos bloqueios da pandemia.

Kristalina Georgieva antecipa que a inflação desça para 2% no próximo ano para as economias desenvolvidas,o objetivo dos bancos centrais.

"Para grande parte do mundo,está à vista uma aterragem suave",apontou.

No seu mais recente relatório sobre as perspetivas económicas mundiais,publicado na terça-feira,o FMI previu que a economia chinesa cresça 4,8% este ano e 4,5% em 2025,contra 5,2% em 2023.

Assim,a diretora do FMI instou o executivo chinês a abandonar a dependência das exportações e a incentivar o consumo interno,que apelidou de "mais fiável".

Kristalina Georgieva pediu a adoção de "medidas incisivas" para dar reposta ao colapso do mercado imobiliário chinês e,assim,aumentar a confiança dos consumidores.

"Se a China não agir,o potencial de crescimento pode ficar bem abaixo de 4%",vaticinou.

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