China aposta na estabilização do imobiliário para relançar economia

O diretor da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China (CNRD),Zheng Shajie,explicou,em conferência de imprensa,que os estímulos visam "expandir a procura interna efetiva","aumentar o apoio às empresas","conter a queda do mercado imobiliário e estabilizá-lo","impulsionar o mercado de capitais" e "harmonizar o ajustamento contracíclico das políticas macroeconómicas".

 

Zheng disse que foram "intensificados" os esforços para lançar "medidas para promover a recuperação contínua da economia".

O responsável insistiu na necessidade de "analisar a situação económica de forma objetiva" e afirmou que existe "um contexto complexo a nível interno e externo" em que "algumas potências viram o seu ritmo de crescimento abrandar".

"O protecionismo e a volatilidade estão a aumentar",o que "afeta a China",afirmou.

O responsável referiu que algumas empresas chinesas "aumentaram o investimento sem registar um aumento dos lucros" e que existem "pressões sobre a economia".

No entanto,afirmou que a China "tem feito progressos na redução dos riscos em áreas-chave",apontando o "rápido crescimento industrial" em setores como os automóveis e os eletrodomésticos.

"Nem as bases nem as vantagens da economia chinesa mudaram: o enorme potencial de mercado e a resiliência mantêm-se",acrescentou.

O diretor adjunto do órgão,Zhao Chenxin,abordou o objetivo de crescimento económico para este ano,de cerca de 5%,cuja realização tem sido questionada pelos especialistas.

"No primeiro semestre do ano,registou-se um crescimento anual de cerca de 5% e a situação económica manteve-se geralmente estável. Já assistimos a três trimestres de desempenho e a economia da China conseguiu manter a estabilidade e o crescimento",argumentou.

Zhao previu que,quando as medidas de apoio anunciadas pelas autoridades "entrarem em vigor","serão lançadas as bases para um funcionamento estável da economia",ao mesmo tempo que transmitiu a sua "confiança" de que o país atingirá a meta de crescimento do produto interno bruto (PIB).

Há duas semanas,as autoridades chinesas anunciaram a redução das taxas de juro dos empréstimos hipotecários existentes - poupando cerca de 21 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) a 50 milhões de famílias - e a descida para 15% do valor mínimo de entrada para as segundas habitações,numa tentativa de reanimar o setor imobiliário,que se encontra em profunda crise há três anos.

A medida faz parte de um pacote de medidas apresentado pelas autoridades que inclui também a criação de mecanismos para oferecer cerca de 114 mil milhões de dólares (104 mil milhões de euros) de financiamento a empresas de valores mobiliários,fundos e companhias de seguros,bem como empréstimos a empresas cotadas em bolsa para recomprarem as suas ações e assim aumentarem o seu valor de mercado.

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