Banda cover de Beatles se apresenta no Cavern Club,histórico palco em Liverpool,na Inglaterra — Foto: Eduardo Maia / O Globo
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 19/09/2024 - 04:52
"Roteiros Musicais: Explorando Cidades com História e Diversidade"
Fãs de música têm opções incríveis para explorar cidades como Liverpool,Nova Orleans,Kingston,Medellín e Seul,com referências a artistas icônicos. De Beatles a K-Pop,os roteiros incluem locais históricos,casas de artistas e experiências musicais únicas,revelando a riqueza cultural e a diversidade de gêneros em diferentes partes do mundo.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Há quem escolha seu destino de férias por causa das paisagens naturais,da cena gastronômica ou por atrativos históricos. Mas há também os que desejam andar pelas ruas que viram nascer e inspiraram seus artistas favoritos. Ver um show no primeiro palco dos Beatles,comer os pratos favoritos das estrelas do K-Pop ou conhecer a casa onde viveu Bob Marley são passeios que deixariam fãs de música ainda mais felizes que mergulhar numa praia tropical ou visitar ruínas de civilizações antigas.
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A seguir,separamos cinco cidades que respiram música e que inspiram viagens ao som dos mais variados gêneros:
Liverpool,Reino Unido
Penny Lane: placa indica a rua mais famosa de Liverpool,na Inglaterra (e talvez de toda a música pop) — Foto: Eduardo Maia / O Globo
A beatlemania continua dando o tom em Liverpool,apesar de a última apresentação dos Beatles em sua terra natal estar perto de completar 60 anos,em dezembro de 2025. Não faltam passeios guiados que seguem os passos dos quatro garotos cabeludos que mudaram a indústria musical nos anos 1960,a pé,em táxis estilizados ou a bordo de um ônibus,como é o mais famoso deles,o Magical Mystery Tour.
Praticamente todos os roteiros levam à igreja de St. Peter,onde John Lennon e Paul McCartney se encontraram pela primeira vez,e em cujo cemitério anexo há a lápide de uma tal Eleanor Rigby. E também a Penny Lane,a rua mais famosa de Liverpool,que servia de ponto de encontro para os futuros Beatles. A excursão passa ainda pelos endereços onde os músicos nasceram ou passaram parte da infância e juventude. Os interiores das casas dos jovens Lennon e McCartney,aliás,podem ser visitadas em outro tour,organizado pelo National Trust do Reino Unido.
Outra parada incontornável é o antigo internato de Strawberry Fields,que inspirou a famosa música dos Beatles e cujo terreno era frequentado por John Lennon,que morava com sua tia Mimi numa casa ao lado. Até 2019,os fãs paravam no portão vermelho da propriedade e deixavam suas marcas no muro. Atualmente,o antigo prédio do Exército da Salvação reabriu como um centro de visitantes,com exposições sobre a vida de Lennon e a história do grupo musical.
Estátua de John Lennon ao lado do Cavern Club,casa de shows em Liverpool que ficou marcada pelos shows dos Beatles em começo de carreira — Foto: Eduardo Maia / O Globo
À noite,fãs de todas as idades e origem peregrinam para a Mathew Street,na antiga área portuária da cidade,onde fica o Cavern Club,onde a banda se apresentou 292 vezes entre os anos de 1961 e 1963. Ainda que o local exato do palco tenha sido fechado em 1973,para dar lugar a uma galeria do metrô,a atual casa de shows mantém o espírito da época,apertada e com muitas bandas covers tocando quase todas as noites.
Bem pertinho dali,o hotel Hard Days Night é a opção ideal para dormir e sonhar com céus com diamantes. Do lobby aos quartos (110 no total),a decoração remete à banda,incluindo objetos pessoais de John e Paul,nas suítes principais,por exemplo. Já quem quiser sonhar com submarinos amarelos poderá reservar uma das seis cabines do Yellow Sub,um barco-hotel que fica ancorado no Albert Dock,parte do Waterfront,a renovada zona portuária de Liverpool ao longo do Rio Mersey.
Essa região,concentra outras duas atrações da cidade para fãs dos fab four: o Beatles Story,com uma exibição permanente sobre a banda,e o British Music Experience,um museu interativo sobre a música pop britânica.
Nova Orleans,Estados Unidos
Músicos de jazz se apresentam no The Spotted Cat,um dos bares tradicionais da Frenchmen Street,em Nova Orleans,nos EUA — Foto: Eduardo Maia / O Globo
Berço do jazz,a maior cidade do estado da Louisiana é um destino que deveria estar na lista de desejos de todo viajante apaixonado por música. Não apenas pelos inúmeros locais com apresentações ao vivo,de manhã,de tarde e,evidentemente,de noite. Mas pelo jeitão todo especial,que faz de Nova Orleans um destino único não só nos Estados Unidos,mas no mundo.
A melhor maneira de começar a mergulhar na história musical de Nova Orleans é se juntando a um dos passeios temáticos oferecidos por diversas agências na cidade,como a Cradle of Jazz Tours. Esses roteiros costumam começar no Louis Armstrong Park,que já foi conhecido como Congo Square no passado. Aquele era o único local onde os escravizados podiam se reunir aos fins de semana para cantar,dançar e tocar os ritmos africanos. O tour continua por bairros populares,como Central Business District e Central City,para que os visitantes vejam os endereços onde os pioneiros do jazz ajudaram a mudar os rumos da música mundial.
Parte dessa história está contada também no New Orleans Jazz Museum,que ocupa o prédio da antiga casa da moeda dos EUA,e guarda fotos,objetos pessoais,registros fonográficos e instrumentos de grandes nomes do gênero musical,como um trompete de Louis Armstrong e um piano de Fats Domino,dois dos filhos mais talentosos da cidade.
E uma vez em Nova Orleans,é praticamente impossível não ouvir as mais variadas vertentes do jazz. Há desde músicos se apresentando nas ruas e esquinas,ao ar livre,a casas de shows sofisticadas com ingressos caros (mas não no nível de Nova York,claro) para concertos de artistas consagrados. Há dois polos principais. O primeiro é o French Quarter,o centro histórico da cidade,com a arquitetura dominada pela influência francesa e onde fica a sede do Preservation Hall,o mais tradicional grupo de jazz da cidade. O outro é a Frenchmen Street,uma rua também na região central,que enfileira bares como o Spotted Cat,cujos pequenos palcos estão sempre ocupados por músicos da melhor qualidade.
Kingston,Jamaica
Estátua mostra o maior nome do reggae no Museu Bob Marley,em Kingston,capital da Jamaica — Foto: Divulgação
Impossível pensar em reggae e não lembrar da Jamaica. E quem já visitou a ilha caribenha tem a certeza de que este ritmo,tão influente quanto irresistível,não poderia ter nascido em outro canto do mundo,e o melhor lugar para conhecer sua história é na capital,Kingston. Empresas como a Jamaica Cultural Enterprises e a Reggae Tours Jamaica organizam passeios guiados que levam os interessados a alguns dos pontos mais importantes para essa manifestação cultural que saiu dali e se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1960,como estúdios de gravação e áreas que recebem apresentações musicais,como os parques Parade Gardens e Emancipation Park - é neste que está a famosa estátua "Redemption Song",inspirada num dos maiores clássicos de Bob Marley.
Os tours levam também a Trench Town,um dos bairros mais pobres da cidade e considerado o berço do reggae. Lá funciona o Trench Town Culture Yard,um espaço cultural com museu formado por algumas casas de um projeto habitacional do governo. Uma delas foi o endereço de Marley durante sua juventude,período em que começou e consolidou sua carreira musical. Mas o endereço mais conhecido do autor de "No woman,no cry" é o atual Bob Marley Museum,uma mansão num bairro nobre,onde viveu nos últimos anos.
Se a ideia é se aprofundar um pouco mais na história de Marley,vale a pena ir até seu vilarejo natal,Nine Mile,a cerca de 90 quilômetros de distância de Kingston. A casa onde o astro nasceu,em 1945,ainda está de pé e abriga um museu dedicado ao "baby Bob",apresentando aos visitantes não apenas detalhes da infância do cantor,como uma de suas primeiras guitarras e o travesseiro de pedra que ele usava para dormir,mas também como esses primeiros anos de vida moldaram sua forma de enxergar o mundo,refletida nas músicas e em suas atitudes. Não muito distante,no mesmo vilarejo,fica o mausoléu dedicado a Marley,no local onde ele foi sepultado.
Medellín,Colômbia
Frequentadores dançam ao som de reggaeton na pista do Perro Negro,uma das casas noturnas mais conhecidas de Medellín,na Colômbia — Foto: Reprodução / clubperronegro.com
O que Maluma,J Balvin e Feid têm em comum (além do fato de já terem gravado com Anitta)? Os três dos maiores nomes do reggaeton da atualidade nasceram e começaram suas carreiras em Medellín. Nas últimas décadas,a terceira maior cidade da Colômbia conseguiu deixar para trás a pecha de sinônimo do narcotráfico,personalizado por outro filho ilustre,Pablo Escobar,para se tornar a capital do reggaeton,um dos gêneros mais populares,ao menos nas Américas.
A carreira internacional de Anitta - que já andou tendo divergências com Karol G,outra paisa estrela do gênero - tem ajudado a popularizar,entre os brasileiros,este gênero musical que começou a ser gestado no Panamá,nos anos 1970,e explodiu nos anos 1990 em Porto Rico,de onde vêm os grandes nomes da primeira geração,como Daddy Yankee. Com a transformação pela qual passou neste século,com mais investimento em comunidades carentes,Medellín se tornou um importante hub criativo do reggaeton,a ponto de poder disputar com San Juan o posto de "capital" do gênero.
Visitas guiadas por bairros populares,como Castilla e Comuna 13,ajudam os turistas a entenderem como a música faz parte destas comunidades. Algumas agências locais também conseguem organizar visitas a estúdios como Infinity Music e Sky Rompiendo,onde alguns dos principais artistas do gênero,colombianos ou não,costumam gravar. E para viver ao máximo a batida do reggaeton,é obrigatório conhecer a vida noturna de Medellín,especialmente em casas como Perro Negro,Gusto Nightclub,Bob Marley Bar e The Blue Bar.
Seul,Coreia do Sul
Todo fã de K-Pop já deve ter sonhado com uma viagem a Seul,ponto inicial da Hallyu,como é conhecida a onda da cultura coreana que tornou nomes como BTS,Blackpink e Twice conhecidos em todos os cantos do mundo. De casas de show de última geração a lojinhas especializadas em capas de celular temáticas,não faltam opções para o fã do gênero se divertir na capital sul-coreana.
Um bom ponto de partida é o distrito de Mapo-gu,conhecido como "epicentro" da onda mundial do K-Pop. Muitas das companhias que criaram e gerenciam os principais artistas ficam por lá,onde há também muitos estúdios de gravação e salas de ensaios. Há ainda academias de dança,procuradas por moradores e turistas interessados em aprender e desenvolver as coreografias típicas do K-Pop.
Dentro de Mapo-gu fica a região de Hongdae,cujo comércio é um perigo à saúde financeira dos fãs. É lá que fica a Nearby Music Yeonnam,loja de discos mais famosa da Coreia do Sul,onde apaixonados pela música pop do país compram grandes quantidades de álbuns só para encontrar os photo card,cartões com imagens dos artistas que vêm dentro de alguns discos,não todos,e que fazem grande sucesso nas redes sociais. Outra parada importante do roteiro é o Withmuu AK Plaza Hongdae,um espaço onde são vendidos produtos oficiais e lembrancinhas,mas que também é usado como ponto de encontro de fãs e até mesmo para eventos promovidos pelas gravadoras,eventualmente com a presença de artistas.
O distrito mais famoso de Seul também não poderia ficar de fora deste roteiro. Conhecido pelo luxo,Gangnam (sim,aquele da música vira de PSY) é endereço do SMTOWN Coex Artium,um espaço temático da produtora SM Entertainment,com exposições interativas,uma loja de merchandising e até uma área de museu com itens dos artistas da empresa,como EXO,Red Velvet e NCT. O local também oferece shows holográficos e eventos especiais. Nos bairros de Apgujeong e Cheongdam-dong,parte do distrito,fica a K-Star Road,uma rua enfeitada com esculturas de ursos em homenagem aos artistas,e cheias de cafés,restaurantes e estúdios frequentados pelos ídolos.