'La Niña' deve tirar 0,7% a crescimento da economia de Moçambique em 2025

De acordo com um relatório do Ministério da Economia e Finanças sobre os riscos fiscais para o próximo ano,as projeções climáticas,de outubro a março,condicionam,desta forma,a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025,que é de 4,7%.

 

Para este ano o Governo prevê um crescimento económico de 5,5%,após um registo de 5% em 2023 e de 4,4% em 2022.

"Estima-se que o crescimento real poderá estar 0,7 pontos percentuais abaixo da capacidade potencial da economia [em 2025]. Este cenário é historicamente notório com hiato do produto [interno bruto (PIB)] no terreno negativo,influenciado,em parte,pelos desastres naturais,que impactaram a capacidade da economia de atingir o seu produto potencial",lê-se no documento.

O ministério acrescenta que,em 2023,os efeitos do ciclone Freddy e da tempestade Filipo retiraram 2,3 pontos percentuais ao crescimento do PIB moçambicano,que se seguiu aos quatro pontos em 2022 e 4,7 pontos em 2021,pelos mesmos motivos.

"Os gráficos revelam que durante a próxima época chuvosa e ciclónica o país estará sob influência da 'La Ninã'. Este fenómeno propícia a ocorrência de chuvas acima do normal nas regiões centro e sul,particularmente nos períodos de outubro de 2024 a março de 2025,enquanto as previsões de anomalias de temperatura da superfície do mar apontam para uma transição de 'El' Niño para 'La Niña'",lê-se ainda.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo,enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa,que decorre entre outubro e abril.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram,incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth,dois dos maiores de sempre a atingir o país.

Já no primeiro trimestre de 2023,as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos,afetaram mais de 1,3 milhões de pessoas,destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula,segundo dados oficiais do Governo.

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