Recomendações da IGF sobre o arrendamento "já estão a ser acomodadas"

"Parte das recomendações da IGF foram já acomodadas e estão a ser já implementadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira [AT]",referiu Cláudia Reis Duarte,que foi hoje ouvida na Comissão de Orçamento,Finanças e Administração Pública,adiantando que este tratamento inclui a informação que é recebida pelas denúncias que chegam à AT.

 

Em causa estão as conclusões de uma auditoria de desempenho ao controlo tributário no âmbito do arrendamento imobiliário,realizada pela Inspeção-Geral de Finanças em 2023,cujos resultados foram publicados no relatório do combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiros de 2023 - sobre o qual a governante está hoje a ser ouvida.

Segundo aquela auditoria,60% dos arrendatários não tinha contrato de arrendamento registado/vigente e 25% dos proprietários com contratos de fornecimento para vários artigos/frações não tinha atividade declarada,com a IGF a referir que a AT não tem um plano abrangente de controlo do arrendamento ilegal que integre as denúncias e a informação sobre os contratos de água e energia que as empresas fornecedoras estão obrigadas a enviar-lhe.

Nesta audição a secretária do Estado foi questionada por deputados de vários partidos sobre este não cruzamento de dados no arrendamento e sobre qual o tratamento que é dado às denúncias.

Cláudia Reis Duarte começou por referir que relatório não está ainda homologado e que "um dos temas deste relatório foi o facto de a amostra considerada no âmbito da qual a IGF terá detetado que 60% dos arrendamentos para os quais olhou não eram declarados,ser uma amostra muito,muito reduzida".

Um dos motivos pelos quais o relatório não foi ainda homologado,afirmou,foi porque "importou alagar esta amostra para que fosse mais representativa do universo",acrescentando que o "tema está a ser acompanhado quer pela IGF,quer pela AT e tratado".

As denúncias,nomeadamente as que têm a ver com o arrendamento,que chegam à AT "são tratadas" e "constituem um manancial muito importante de informação",sendo integradas na matriz de risco de escolha dos contribuintes e situações objeto de inspeção,esclareceu ainda a secretária de Estado.

Em 2023,disse foram tratadas mais de sete mil denúncias.

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