Para Pablo Marçal, idiota é o eleitor

Pablo Marçal (PRTB),candidato a prefeito de São Paulo — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 04/09/2024 - 00:01

Candidato polêmico: estratégia cínica ou erro fatal?

O candidato Pablo Marçal choca ao chamar eleitores de idiotas,revelando estratégia cínica para ganhar atenção nas eleições de São Paulo. Com comportamento polêmico e controvérsias,usa táticas de redes sociais para crescer nas pesquisas,enquanto é criticado por atitudes irresponsáveis no passado. A polarização e o sensacionalismo marcam sua campanha,desafiando a lógica política tradicional.

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Em entrevista a um podcast,Pablo Marçal afirmou: “No processo eleitoral,me perdoe,você tem que ser um idiota. Infelizmente,a nossa mentalidade gosta disso. E,por ser um povo que gosta disso,eu preciso produzir isso. Preciso ter um comportamento que chame a atenção”.

À primeira vista,a fala pode parecer um pedido de desculpas. Na verdade,é só cinismo e gabolice. Ao se vangloriar do desempenho nas pesquisas,Marçal expôs sua visão da política. Para o coach,idiotas são os outros: os eleitores que se encantam com tipos como ele.

O candidato a prefeito de São Paulo gravou o podcast na quarta-feira passada. Em seguida,voltou a fazer as idiotices que o notabilizaram. No domingo,tumultuou um debate de TV e irritou os adversários com insultos e apelidos infantis. Na segunda,interrompeu uma entrevista ao vivo para cantar um rap dos Racionais.

Marçal fez fama e fortuna nas redes sociais. Domina os atalhos do algoritmo,que incentiva os chamados criadores de conteúdo a se comportarem como patetas. Na política,a lógica dos likes também premia o discurso de ódio,a desinformação e o messianismo. Desse caldo emergiu o candidato do PRTB,que apareceu com 21% no último Datafolha.

Antes de se aventurar na selva partidária,o coach já havia mostrado seu talento para arrebanhar incautos. Em 2022,convenceu alunos de um curso motivacional a arriscarem a vida no Pico dos Marins,na Serra da Mantiqueira. Liderou uma escalada sem guias e sem equipamentos de segurança,sob chuva forte e ventos de velocidade superior a 100 km/h.

Quando a tempestade apertou,os bombeiros foram acionados para resgatar 32 pessoas em apuros. O capitão que comandou o socorro classificou a expedição como “totalmente irresponsável”. Marçal debochou das críticas: “Quem não quer correr risco fica em casa vendo stories”.

Em outubro,a maior cidade da América Latina vai às urnas escolher seu novo prefeito. Até lá,o coach deve reforçar a aposta no figurino de idiota. No podcast da semana passada,ele reclamou que sua única tentativa de soar “comportadinho” foi um fiasco nas redes: “Não rendeu um corte,não deu nada. Você perde o seu tempo ali”.

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