O cozinheiro espanhol,Daniel Sancho,e o cirurgião colombiano,Edwin Arrieta — Foto: Reprodução
RESUMO
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Filho de ator é condenado por assassinato na Tailândia
Filho de ator espanhol é condenado à prisão perpétua na Tailândia por matar médico colombiano. Daniel Sancho agiu com premeditação no assassinato de Edwin Arrieta. Defesa irá apelar. Caso teve grande repercussão midiática. Acusado admitiu o crime e alegou legítima defesa,comprando facas e sacos antes do assassinato. Família da vítima pediu prisão perpétua,evitando pena de morte.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O chef espanhol Daniel Sancho,filho do conhecido ator Rodolfo Sancho,foi condenado à prisão perpétua na Tailândia,nesta quinta-feira,pelo assassinato e esquartejamento do médico colombiano Edwin Arrieta na turística ilha de Koh Pha Ngan. Sua defesa anunciou que irá apelar.
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Um tribunal da ilha vizinha de Koh Samui determinou que Sancho agiu com premeditação ao assassinar Arrieta em agosto de 2023,informou a advogada da família da vítima,Bussakorn Kaewleeled,aos jornalistas.
— A parte acusadora está satisfeita com a sentença porque (Sancho) ficará preso para o resto da vida e receberá uma compensação financeira — explicou Kaewleeled.
A Corte Provincial de Ko Samui confirmou a sentença em um comunicado no qual detalhou que Sancho deverá pagar uma compensação à família de Arrieta de 4,4 milhões de baht (130.173 dólares) mais 5% de juros anuais.
No entanto,os advogados Marcos García-Montes e Carmen Balfagón,representantes da família de Sancho,indicaram,ao sair do tribunal,que vão apelar da sentença.
— Vamos recorrer,com certeza,sem nenhuma dúvida — declarou García-Montes.
O acusado,um chef de 30 anos muito ativo nas redes sociais,é filho do ator espanhol Rodolfo Sancho,conhecido por suas aparições em séries de sucesso na televisão espanhola,e neto do também ator Félix Ángel Sancho Gracia.
García-Montes acrescentou que "o presidente (do tribunal) disse que (Sancho) não é um preso condenado,mas sim um preso preventivo,pois tem direito a recursos".
Os dois advogados não deram mais detalhes sobre a apelação,pois disseram que ainda não receberam a sentença completa,que pode demorar alguns dias para ser publicada.
'Não esperávamos isso'
O julgamento foi realizado em abril na ilha de Koh Samui,cujo tribunal anunciou nesta quinta-feira o veredicto de um caso que teve grande repercussão midiática na Espanha e na Colômbia.
— Não esperávamos isso,mas temos que aceitar o que disse a justiça tailandesa,temos que respeitá-la — expressou Balfagón.
Segundo a advogada da acusação,Sancho parecia "triste" ao ouvir o veredicto. "Mas não podemos esquecer a perda de uma vida",declarou.
Sancho está em detenção provisória na Tailândia há mais de um ano,após admitir que matou e esquartejou Arrieta,de 45 anos,no dia 2 de agosto de 2023.
O assassinato ocorreu em Koh Pha Ngan,uma ilha turística conhecida por suas praias de água turquesa e festas de lua cheia.
Durante o julgamento,foi determinado que os restos mortais do cirurgião colombiano foram colocados em sacos plásticos que Sancho descartou em diferentes locais da ilha.
Por enquanto,o espanhol continuará preso em Koh Samui enquanto o departamento penitenciário da Tailândia decide onde ele cumprirá a sentença,indicou a advogada da família Arrieta.
Embora o acusado pudesse enfrentar a pena de morte,a família de Arrieta se mostrou contrária a esse castigo e pediu prisão perpétua.
'Destruiu uma família'
"Que o deixem na Tailândia para que ele tenha tempo,todo o tempo que Deus lhe der de vida para pensar no que fez,porque ele não apenas esquartejou meu irmão,ele esquartejou uma família",declarou Darling Arrieta,irmã da vítima,em um documentário da HBO sobre este caso midiático.
No mesmo documentário,publicado na plataforma no início do julgamento,o pai do acusado,Rodolfo Sancho,afirmou que o médico colombiano havia ameaçado seu filho.
Isso desencadeou "uma briga e,nessa briga,houve um acidente" que terminou com a morte de Arrieta.
O ator esteve presente na leitura da sentença,assim como a mãe do sentenciado,Silvia Bronchalo. Nenhum dos dois fez declarações à imprensa após saber da condenação do filho.
Outro advogado da família do colombiano,Juan Gonzalo Ospina,afirmou que,no julgamento,ficou demonstrado que Sancho havia comprado facas,sacos plásticos e produtos de limpeza antes do crime e os guardado no quarto onde os fatos ocorreram.
A defesa de Sancho também alegou que ele agiu em legítima defesa,pois a vítima teria tentado forçá-lo a ter relações sexuais.
"Ele tentou me violentar e nós brigamos",teria dito Sancho em sua declaração,citada pelo jornal espanhol El Mundo.
Segundo essa informação,o jovem não foi imediatamente à polícia porque estava em estado de choque.
No mesmo jornal,o advogado Ospina considerou que Sancho "vive em uma falsa realidade".