Prêmio Grande Otelo 2024 celebra Cinema Novo com homenagem a Othon Bastos e diretores

Clássico de Glauber Rocha,'Deus e o diabo na terra do sol',com Othon Bastos,representou o Brasil em Cannes — Foto: Arquivo O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 28/08/2024 - 04:31

Premiação Grande Otelo 2024 celebra Cinema Novo e Othon Bastos

O Prêmio Grande Otelo 2024 homenageia o Cinema Novo e Othon Bastos. A premiação destaca obras do audiovisual brasileiro e conta com 30 categorias. Filmes como "Mussum,O Filmis" e "O Sequestro do Voo 375" lideram as indicações. A cerimônia celebrará o movimento,com veteranos como Othon Bastos e Antonio Pitanga entregando prêmios a cineastas importantes da época. O evento também terá uma homenagem especial a Glauber Rocha e um número musical em destaque.

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A Cidade das Artes,na Barra da Tijuca,Zona Oeste do Rio,sedia nesta quarta-feira (28),às 21h,a entrega do Prêmio Grande Otelo (até ano passado,Grande Prêmio do Cinema Brasileiro) para profissionais do audiovisual. Ao todo,são 30 categorias contempladas. Além da entrega de troféus para filmes e séries,a noite celebrará o movimento que trouxe visibilidade,prestígio e prêmios à sétima arte do país nos anos 1960.

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Realizada pela Academia Brasileira de Cinema,a festa será comandada por Dira Paes e Toni Garrido,com direção de Batman Zavareze e roteiro de Bebeto Abrantes. A transmissão da premiação será feita pelo Canal Brasil e pelo canal oficial da instituição.

— Na festa,vamos comemorar uma safra muito interessante,com filmes de todos os tipos. Temos conseguido traduzir o que tem acontecido no cinema do Brasil. Estamos com concorrentes que vão do Acre a Foz do Iguaçu,um repertório bem representativo — diz Renata Almeida Magalhães,presidente da Academia.

Para este ano,foram 326 as obras inscritas na premiação. A lista de finalistas reúne 39 longas-metragens,cinco longas ibero-americanos,15 curtas (cinco de ficção,documentários e de animação),além de 16 séries (quatro de animação e cinco documentários e de ficção). Os filmes com maior número de indicações são “Mussum,O Filmis”,de Silvio Guindane,e “O Sequestro do Voo 375”,de Marcus Baldini,que concorrem em 12 categorias. O Melhor Longa-Metragem Comédia será escolhido por voto popular.

Larissa Luz e Yuri Marçal encarnam Elza Soares e Mussum em "Mussum,o filmis" — Foto: Divulgação/Desiree do Valle

Além da entrega dos prêmios,a cerimônia será ainda uma ode ao Cinema Novo. Um dos marcos do movimento,“Deus e o diabo na terra do sol”,de Glauber Rocha,completa 60 anos de lançamento em 2024.

Tensão no ar. Os atores Jorge Paz e Danilo Grangheia,que interpretam o sequestrador Raimundo Nonato e o piloto Fernando Murilo,em cena do longa “O sequestro do voo 375” — Foto: Divulgação

A homenagem contará com interlúdios com clipes de cenas de filmes emblemáticos,desde o começo do movimento aos cartazes que movimentaram salas pelo país afora. Os veteranos Othon Bastos e Antonio Pitanga entregarão o troféu aos cineastas Luiz Carlos Barreto,Ruy Guerra,Walter Lima Jr.,Zelito Vianna e Cacá Diegues,nomes fundamentais deste período.

— O Cinema Novo surgiu em um momento de repressão política,na Ditadura Militar. Achavam que era um movimento puramente político quando não era. Era apenas um jeito brasileiro de se expressar,de mostrar a nossa arte — lembra Diegues,colunista do GLOBO,que esteve à frente de filmes como "Bye bye Brasil","Quilombo" e "Xica da Silva". — Naquela época,tínhamos um cinema que não olhava para o país e nós buscamos trazer de volta essa realidade.

Encontro de grandes nomes do Cinema Novo: Nelson Pereira dos Santos,Joaquim Pedro de Andrade,Walter Lima Jr,Zelito Viana,Barretão,Glauber Rocha e Leon Hirszman — Foto: Reprodução

Um dos grandes momentos da cerimônia,conta Batman Zavareze,acontece já no início da cerimônia com uma homenagem ao mais famoso filme de Glauber Rocha: um número musical comandado por Pedro Luís,Yuri Queiroga e Ava Rocha. Famoso na pele do cangaceiro Corisco,Othon Bastos será celebrado nesta que será uma das quatro apresentações que perpassa a premiação.

— Quando abrirmos a cortina,haverá uma homenagem a Glauber Rocha e a "Deus e o diabo na terra do sol". Vamos reverenciar também um gigante,hoje renascido,que é o Othon Bastos,com sua obra que vive ontem e hoje,falando sobre resistência. Surgirá na mesma posição em que aparece na cena em que o capitão vai matar o Corisco,mas é como se dissesse: “Estou vivo.” O Cinema Novo está vivo ainda,e isso será relembrado em um momento catártico — adianta Zavareze.

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