O réu colaborador Ronnie Lessa depõe na audiência do STF — Foto: Reprodução
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 28/08/2024 - 04:31
Réu sugere trama na arma do caso Marielle
Em depoimento no STF,réu do caso Marielle sugere que arma usada no crime foi apreendida da Polícia Civil para evitar detecção,implicando conselheiro Domingos Brazão. Lessa isenta ex-bombeiro e culpa intermediário Macalé. Colaborador destaca importância de chefe da Polícia Civil na agilidade de registros de armas. Depoimento continua nesta quarta-feira.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Ao responder à pergunta do promotor Olavo Evangelista Pezzotti,representante da PGR,sobre o destino da submetralhadora HK MP5 usada para matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes,o réu colaborador Ronnie Lessa deu um palpite. Segundo ele,pela pressa na devolução da arma — uma exigência do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão — a HK MP5 pode ter sido retirada de algum arsenal apreendido da Polícia Civil. Na opinião de Lessa,a arma precisava ser devolvida rapidamente para que sua ausência não fosse notada. Domingos é apontado por Lessa como o mandante do crime,conforme sua delação premiada.
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Nesta terça-feira (27/08),ocorreu o primeiro dia de depoimento do delator na audiência de instrução e julgamento da ação penal contra os mandantes da execução da parlamentar no Supremo Tribunal Federal (STF). Lessa,que confessou ter matado Marielle Franco e Anderson Gomes,confirmou que a submetralhadora lhe foi entregue por Edmilson Oliveira da Silva,o Macalé,que atuou como intermediário entre o colaborador e os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. No entanto,segundo Lessa,Macalé lhe contou que obteve a HK MP5 com um assessor de Domingos,Robson Calixto Fonseca,conhecido como Peixe,que também é réu no duplo homicídio.
Ronnie Lessa depõe como réu colaborador sobre os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson — Foto: Reprodução
— O que nos garante que essa arma não saiu das apreensões da Polícia Civil? Quem nos garante que já teria sido dada baixa nela,ou seja,que seria destruída? — questionou Lessa. — Nós tínhamos uma peça importante ao nosso lado,que era o doutor Rivaldo,que era o chefe da Polícia Civil e,no passado,havia sido responsável pela DFAE (antiga Delegacia de Fiscalização de Armas e Explosivos,que atualmente se transformou na Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos) — disse o delator.
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Lessa lembrou que,quando era policial militar cedido à Polícia Civil,como adido,teve uma pistola,fruto de uma apreensão em uma favela,registrada na antiga DFAE,na época comandada por Rivaldo Barbosa. O delegado,assim como o clã Brazão,responde como mandante da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes.
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— Esse processo de registro na DFAE durava 40 dias. Não sei quem pediu para ele (Rivaldo),se foi o Allan (Turnowski) ou o Túlio Pelosi,para agilizar para mim,porque a minha Glock (pistola) antiga estava toda arranhada. Quem assinou a minha cautela,que saiu em um dia,foi o doutor Rivaldo — afirmou Lessa.
O depoimento do réu colaborador prossegue na tarde desta quarta-feira no STF.