CNDH vai acompanhar apuração de abordagem da PM contra filhos de diplomatas no Rio

Abordagem da PM a adolescente em Ipanema foi gravada por câmeras de segurança — Foto: Reprodução

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) vai tomar medidas para acompanhar os desdobramentos da apuração sobre a abordagem policial a três filhos de diplomatas negros em Ipanema,no Rio de Janeiro.

O órgão colegiado decidiu enviar ofícios a autoridades do estado,entre eles Ministério Público,Defensoria,delegado-geral do Estado e comandante-geral da PM,pedindo informações sobre o andamento das investigações.

O tema foi tratado em reunião do conselho nesta sexta-feira,com a presença do embaixador do Gabão,Michel Moudouté-Bell,pai de um dos meninos abordados. No encontro,o diplomata repudiou o episódio e se disse indignado com a posição de Cláudio Castro,que defendeu a ação dos policiais. O governador negou que os agentes foram racistas.

No início de julho,três filhos de diplomatas estrangeiros,adolescentes negros,foram parados por policiais enquanto deixavam um amigo,um jovem branco,em casa. Os PMs chegaram a apontar a arma para eles e revistá-los. O caso repercutiu após ser exposto em redes sociais. A família de um brasileiro envolvido afirmou que houve racismo.

Dias atrás,a Polícia Civil concluiu que não houve crime de injúria racial. Segundo a investigação,a PM não escolheu os suspeitos com base na cor da pele e tratou todos da mesma forma.

O assunto foi incluído na pauta da reunião do CNDH a pedido da OAB-RJ,por meio do presidente da Comissão de Direito Internacional,Carlos Nicodemos,e da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária,José Agripino.

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