O limite do corpo humano

Julia Soares na trave em Paris — Foto: AFP

RESUMO

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GERADO EM: 14/08/2024 - 04:30

Limite físico humano desafiado: impacto da tecnologia nos recordes olímpicos

Os Jogos Olímpicos recentes tiveram menos recordes quebrados,levantando questões sobre o limite físico humano. Altura e agilidade dos atletas evoluíram,mas o avanço tecnológico em equipamentos esportivos e pistas também influencia. Treinamento,fisioterapia e nutrição modernos estão otimizando o desempenho dos atletas,mantendo o potencial físico similar ao passado. O desafio futuro é até onde a tecnologia e o conhecimento continuarão impulsionando novas quebras de recordes. Los Angeles-2028 promete mais evoluções.

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Domingo passado terminaram os Jogos Olímpicos e alguns recordes foram quebrados. Mais exatamente,17 recordes mundiais,segundo a Britanica SkySports,em diversas modalidades esportivas.

Esse foram os Jogos Olímpicos com menor quebra de recordes em um passado recente. Em Pequim,foram 30 novas marcas,em Londres foram 28,no Rio,22,e em Tóquio,20. E uma pergunta que fica é: qual o limite físico do ser humano? Até onde podemos chegar? Estamos chegando perto desse limite?

Diante dessa pergunta que me foi feita diversas vezes desde domingo,gosto sempre de ponderar alguns pontos importantes. É inegável que nos últimos 40,50 anos,os atletas estão maiores. Alguns levantamentos apontam para um crescimento de 5 a 7 cm,na média da população. Pensa na seleção brasileira de vôlei de 1982,com Bernard,Montanaro,Renan,William,Amauri,Fernandão e outros. Muitos deles com menos de 1,90m de altura. Na seleção atual,a maioria tem perto de 2 metros ou até mais. Mas,além da altura,os atletas mais altos estão mais ágeis e conseguem desempenhar com melhor qualidade. Ou seja,o aspecto físico realmente ajudou a melhorar o desempenho.

Mas,na minha opinião,podemos atribuir um “peso” pequeno a esse quesito. E por que essa afirmação? O primeiro homem a correr os 100 metros abaixo de 10 segundos,foi o norte-americano,Jim Hines nos Jogos Olímpicos de 1968,no México. Ele correu em 9.95 segundos. O atual recordista mundial é Usain Bolt,que correu em 9.58 segundos. Existe um fator que são os equipamentos esportivos e a tecnologia das pistas,quadras,piscinas e outros palcos das competições. Imagine você o Bolt correndo com a sapatilha de prego,da década de 1960. O bloco de partida era muito pior e impulsionava menos o corredor,sem falar no material da pista de atletismo,que consegue melhorar o desempenho de cada passada. Não tenho dúvida que com as mesmas condições do Bolt,o Jim Hines teria chegado bem perto do recorde mundial.

A pergunta que vem agora é: qual o preço que o corpo pagava para chegar ao desempenho máximo tempos atrás e qual o preço que se paga atualmente? Recentemente,circularam fotos do Pelé e do Cristiano Ronaldo cabeceando e mostrando que ambos subiam mais de 1 metro pra atingir a bola. Só que para atingir esse desempenho um atleta de antigamente treinava muito mais,o volume de treino era absurdo. As técnicas eram ruins se comparadas às técnicas de hoje. Jogadores treinavam subindo escadas,saltando com sacos de areia nas costas,por muito mais horas. Atualmente,se treina menos e com mais eficiência e tecnologia. Os equipamentos e roupas esportivas de hoje ajudam a preservar as articulações e melhorar o desempenho. O treino é individualizado e baseado numa fisiologia do esporte,que evoluiu enormemente.

Ainda temos a fisioterapia moderna,que atua de forma preventiva e na recuperação entre os treinos. A parte nutricional também melhorou bastante,oferecendo os nutrientes mais apropriados para cada necessidade.

Arrisco dizer que o potencial físico do atleta da década de 1970 e o de hoje são muito parecidos ou até igual. O que mudou foi como o conhecimento e a tecnologia evoluíram a ponto de melhorar performance com um menor custo físico. Isso fica claro quando vemos Messi,Cristiano Ronaldo,Federer,Nadal,Djoko,entre outros atletas performando perto dos 40 anos. A questão agora é: o quanto ainda vão evoluir os equipamentos,pistas e conhecimento,para que os recordes continuem caindo? Nos encontramos em Los Angeles-2028!

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