Num comunicado enviado à bolsa de valores saudita,a empresa disse que a redução "reflete principalmente o impacto dos menores volumes de petróleo bruto vendido e do enfraquecimento das margens de refinação".
A Arábia Saudita,o maior exportador mundial de crude,produz atualmente cerca de nove milhões de barris por dia (mbd),muito abaixo da sua capacidade de 12 mbd.
De acordo com a consultora Jadwa Investment,com sede em Riade,a produção média foi de 8,8 mbd em junho.
O número reflete cortes que remontam a outubro de 2022,quando o bloco produtor de petróleo OPEP+,que a Arábia Saudita co-lidera com a Rússia,anunciou que iria cortar a produção em dois mbd para aumentar os preços.
Em abril de 2023,vários membros da OPEP+ anunciaram que iriam reduzir ainda mais a produção em mais de 1 mbd e,em junho de 2023,Riade anunciou uma redução voluntária adicional de 1 mbd.
"A produção permanecerá em níveis semelhantes pelo menos até outubro",quando um acordo OPEP+ anunciado em junho deste ano permitirá "aumentos mensais graduais",disse a Jadwa.
A Aramco é a jóia da economia saudita e a principal fonte de receitas do programa de reforma Visão 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman,que visa preparar o reino para uma era pós-petróleo.
A Arábia Saudita comprometeu-se a reduzir as suas emissões de carbono a zero até 2060,uma promessa que suscitou ceticismo por parte dos defensores do ambiente.
A participação do governo na Aramco,uma das maiores empresas do mundo em termos de capitalização bolsista,é de aproximadamente 81,5%.
A listagem parcial da Aramco em bolsa em 2019,a maior da história,arrecadou 29,4 mil milhões de dólares (26,9 mil milhões de euros),e uma oferta secundária este ano de quase 1,7 mil milhões de ações arrecadou 12,35 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros).
No ano passado,a Aramco divulgou que iria começar a pagar dividendos baseados no desempenho,para além do dividendo base.
Em maio,a empresa anunciou um dividendo base do primeiro trimestre no valor total de 20,3 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de euros) e um dividendo de desempenho de 10,8 mil milhões de dólares (9,a ser pago durante o segundo trimestre.
A Aramco registou em 2023 "os segundos maiores lucros da sua história",apesar de uma queda de 24,7% em relação ao ano anterior.
Em 2022,o lucro líquido recorde de 161 mil milhões de dólares (147 mil milhões de euros) foi impulsionado pelo aumento dos preços do petróleo bruto devido à guerra na Ucrânia e ao aumento da procura por petróleo após a pandemia,uma variável que diminuiu ao longo do ano.