Fed inicia hoje reunião e pode assinalar futuro corte nas taxas de juro

Para lutar contra a elevada taxa de inflação,a Fed mantém desde há um ano as taxas nos níveis mais altos desde 2001,ou seja entre 5,25% e 5,50%,o que significa um crédito mais caro para os norte-americanos.

 

A instituição tem vindo a dar sinais de que pondera começar a baixar os juros nos próximos meses,mas quer ter a certeza que o aumento de preços continua a desacelerar.

A taxa de inflação homóloga abrandou ligeiramente em junho,situando-se em 2,5%,contra 2,6% em maio,segundo o índice PCE,que é o mais seguido pelo banco central norte-americano.

A nível mensal,os preços aumentaram 0,1%,depois de terem permanecido estáveis no mês anterior.

Após uma descida acentuada ao longo de 2023,a inflação estabilizou nos primeiros seis meses deste ano a um nível acima dos 2% definidos como objetivo pela Fed,o que levou os responsáveis do banco central norte-americano a mostrarem prudência.

"Esperamos que a Reserva Federal mantenha as taxas de juro no intervalo 5,25%-5,50% na reunião de julho,deixando o primeiro corte de 25 pontos base para depois do verão. Esta é também a expectativa dos mercados financeiros,que descontam uma primeira redução das taxas em setembro",referem os analistas do BPI numa nota enviada à Lusa.

Na mesma linha,Ryan Sweet,economista-chefe da Oxford Economics,prevê que a Fed aproveite esta reunião "para preparar os espíritos para o facto de a primeira descida poder ocorrer em setembro".

"É evidente que o processo de desinflação está em curso. (...) É uma evolução considerável",assinalou Nathan Sheets,economista-chefe do Citi,citado pela AFP.

Segundo o mesmo economista,os dados sugerem que a Fed deve iniciar o ciclo de descida das taxas em setembro.

"Os mercados antecipam duas ou três descidas este ano",precisou.

A reunião de setembro é a última antes das presidenciais norte-americanas,cuja campanha acaba de sofrer uma reviravolta,depois de o atual Presidente,o democrata Joe Biden,ter abandonado a corrida eleitoral,manifestando apoio à vice-presidente,Kamala Harris.

O candidato republicano,Donald Trump,atacou várias vezes a Fed quando ocupava a Casa Branca,apesar de a instituição ser independente do poder político. Recentemente afirmou que pode,se for eleito,deixar o presidente do banco central,Jerome Powell,terminar o seu mandato.

Apesar das taxas de juro elevadas,a economia norte-americana continua a dar sinais de solidez e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIN) avançou a um ritmo anualizado de 2,8% no segundo trimestre (1,4% no primeiro trimestre) e a taxa de desemprego registou uma ligeira subida para 4,1% em junho,continuando entre as mais baixas dos últimos 50 anos.

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