Olimpíadas 2024: Cindy Ngamba estreia no Boxe em busca de medalha inédita para equipe de Refugiados

Cindy Ngamba é a grande esperança de medalha da equipe de Refugiados — Foto: Reprodução Instagram

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GERADO EM: 31/07/2024 - 04:02

Estreia histórica no boxe: Refugiada busca medalha nas Olimpíadas 2024

Cindy Ngamba,refugiada camaronesa,estreia no boxe nas Olimpíadas 2024 em busca de medalha inédita para a equipe de Refugiados,representando a maior delegação da história. Ngamba,que enfrenta desafios por ser homossexual,encontrou no boxe uma nova vida no Reino Unido. A delegação conta com atletas de 11 países em 12 modalidades,destacando-se pela primeira vez com bandeira própria.

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Chegando a sua terceira edição das Olimpíadas,a equipe de Refugiados vai para Paris com a maior delegação de sua curta história. Serão 36 atletas reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas). A pugilista Cindy Ngamba,de 25 anos,se classificou para os Jogos sem precisar ser convidada e é a grande esperança de medalha do time,que seria a primeira da história. Camaronesa que mora na Grã-Bretanha,a porta-bandeira do time na cerimônia de Abertura é tricampeã no país em três categorias de peso diferentes e vai estrear em Paris nesta quarta-feira,contra a canadense Tammara Thibeault,a partir de 12h (horário de Brasília).

Há 15 anos na Inglaterra,Ngamba não pode voltar ao país onde nasceu por ser homossexual,motivo de punição com até cinco anos de prisão em Camarões. Formada na escola,foi estudar criminologia na Universidade de Bolton. Depois de passar por um período de dificuldade na adaptação a faculdade,a pugilista encontrou o ginásio Elite Boxing,em Bolton,e o boxe se tornou sua saída para mudar de vida.

Ngamba ainda tenta obter um visto e a cidadania britânica. Por não ter o passaporte,ela não poderia lutar pela Equipa Grã-Bretanha nas Olimpíadas de Paris. A GB Boxing,confederação que rege o esporte no país,chegou a fazer um pedido formal ao Ministério do Interior,órgão responsável por analisar os pedidos,mas não recebeu uma resposta positiva. A pugilista conseguiu realizar o sonho de disputar os Jogos após ter ganho uma bolsa de estudo para a equipa de refugiados do COI.

Antes de obter o status de refugiada,Cindy Ngamba permanecia no Reino Unido de maneira precária. Aos 20 anos,esteve à beira de ser deportada depois de ter participado no que pensava ser um processo de assinatura de rotina para informar as autoridades de que ainda estava no país. Ela foi detida,juntamente com o seu irmão Kennet,e enviada de Manchester para um campo de detenção em Londres. Foi libertada no dia seguinte pelo tio,morador de Paris que trabalha para o governo francês.

EQUIPE DE REFUGIADOS

A equipe de Refugiados para as Olimpíadas de Paris é composta por 23 homens e 13 mulheres. A delegação engloba atletas de 11 países de origem,na África,Ásia e América,que foram acolhidos por 15 comitês olímpicos diferentes. O time tem representantes em 12 modalidades dos Jogos: atletismo,badminton,boxe,breaking,canoagem,ciclismo,judô,levantamento de peso,natação,taekwondo,tiro esportivo e wrestling.

Como foi nas últimas duas Olimpíadas,Rio-2016 e Tóquio-2020,os atletas da equipe de Refugiados são convidados pelo COI para participarem dos Jogos. Na atual edição,dois garantiram a vaga a partir do desempenho nas competições classificatórias. Além da boxeadora Cindy Ngamba,o lutador de taekwondo afegão refugiado no Irã,Ali Reza Abbasi não chega a Paris por meio do tradicional convite. Eles são a grande esperança de levarem o time de refugiados ao pódio pela primeira vez na história.

As duas classificações não são o único fato inédito da equipe de Refugiados,em Paris-2024. Esta também é a primeira vez que o time vai ter uma bandeira própria. Em vez de usar a olímpica,com os aros característicos dos jogos,vai usar uma arte própria,com um coração no centro.

Bandeira da equipe olímpica de refugiados — Foto: Divulgação/COI

O COI fornece suporte aos atletas refugiados,desde 2017,com bolsas da Fundação Olímpica de Refugiados. Durante o período,a entidade já permitiu que 400 mil pessoas tivessem acesso ao esporte em segurança.

VEJA DELEGAÇÃO DOS ATLETAS REFUGIADOS EM PARIS 2024

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