Edifício entre o Cantagalo e o Pavão-Pavãozinho passa por reformas, e receberá parte do batalhão de Copacabana

Edifício Multiuso do Estado,no Cantagalo,tem vista privilegiada; reforma,em etapas,começou nesta quarta-feira — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 25/07/2024 - 04:30

Revitalização do Edifício Multiuso do Estado promove inclusão social e turismo em Copacabana.

Reforma do Edifício Multiuso do Estado,entre Cantagalo e Pavão-Pavãozinho,inclui parte do 19º BPM de Copacabana. Custando R$15 milhões,terá restaurante,biblioteca e atrações turísticas. Programa Cidade Integrada busca segurança e inclusão social. Novos usos incluem quiosques para geração de renda e projeto de arte nas favelas. Alvo de ampla revitalização,busca modernizar e atrair visitantes para a região.

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Lagoa Rodrigo de Freitas,Cristo Redentor,Morro Dois Irmãos e as praias de Ipanema e do Leblon: a lista deslumbrante,que mais parece roteiro de visitante,enumera o que pode ser visto do Edifício Multiuso do Estado,no alto do Morro do Cantagalo,em Copacabana. Construído entre as décadas de 1960 e 1970,o espaço,que abrigaria o Panorama Palace Hotel,foi transformado no Ciep João Goulart na década de 1980. Atualmente dividido com mais de 20 organizações,além de um campus da Faetec e de um espaço do Afroreggae,o edifício passa por uma reforma,com custo inicial de R$ 15 milhões (equivalente à primeira etapa,conforme noticiado pelo blog do Ancelmo Gois). Além do benefício à vida dos moradores,e da instalação de parte do 19º BPM (Copacabana) no prédio,o plano é ainda conseguir atrair turistas para o local.

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Obras começam pelo 1º andar no Edifício Multiuso,no Cantagalo — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

A reforma será feita em etapas. A primeira,iniciada nesta quarta-feira,deve ficar pronta até novembro,englobando o primeiro andar: com direito a reforma dos banheiros e dos elevadores. Uma biblioteca e um restaurante-escola serão construídos no local. Para isso,uma academia de dança de salão e um espaço de fisioterapia foram realocados para uma sala inutilizada no mesmo andar. No fim do corredor,também está instalada a empresa Viva Rio,que não passará por reforma.

Nos andares acima estão o Ciep e a Faetec,no 2º e 5º andares,respectivamente (que não passarão por intervenção). Passarão por reformas — em próximas etapas — o Museu de Favela (MUF),no 4º andar; assim como o 3º andar,que era subutilizado por uma pré-escola.

Novo projeto do Edifício Multiuso do Estado,no Cantagalo — Foto: Reprodução

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No lugar de tapumes e mobiliário abandonado,além de cartazes colados nas paredes pelos antigos alunos,o espaço de 1.700 metros lineares abrigará a unidade da Polícia Militar. Os alunos foram realocados para o Ciep. Vizinho da sede da UPP Pavão-Pavãozinho/Cantagalo,inaugurada em 2011,o edifício receberá uma parte do 19º BPM (Copacabana). Serão construídos um alojamento e um rumb — como são chamados os lugares em que as armas são guardadas — para os policiais,além de um elevador e um restaurante para uso exclusivo dos agentes. Já licitado,o projeto deve ser executado em seis meses.

Isso faz parte da lista de novos usos que serão dados para o prédio. O projeto é do programa Cidade Integrada,e executado pela Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop).

Edifício no Cantagalo: Pré-escola dará lugar a parte do 19º BPM (Copacabana) — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

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— O Cidade Integrada,como um programa de urbanização de favelas,trata da questão da segurança como um de seus pilares. Tem as obras,o trabalho técnico-estrutural,a segurança e a geração de renda. Essa é a primeira vez que o estado inclui num programa de urbanizar a favela o tema da segurança — explica a arquiteta Ruth Jurgberg,coordenadora-geral do Cidade Integrada.

Depois de o Ciep deixar de usar a totalidade do imóvel,ONGs e projetos sociais ocuparam informalmente o edifício. O trabalho do Governo do Estado mapeou 22 organizações instaladas no prédio e elas serão formalizadas: haverá um contrato de concessão,enumerando direitos e deveres,como manutenção do próprio espaço e determinação de arcar com a conta de luz de seu empreendimento,atualmente despesas a cargo do estado.

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Nos andares inferiores estão ainda o Centro de Referência da Juventude,que oferece cursos de operação de drone,cílios e de fotografia; a rádio comunitária; a academia de boxe; o Afrogames (do Afroreggae); além da piscina e uma quadra,que está desativada. A área de lazer será reformada,com reforma do gradil e dos vestiários (com previsão de duração de quatro meses).

A fachada do imóvel também passará por reforma. Essa,mais demorada,com previsão de duração de mais de um ano de obras. Três famílias que usavam o prédio como moradia deixarão o imóvel,e receberão aluguel social durante um ano.

Quadra desativada será reformada no Cantagalo — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

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Morador do Cantagalo durante os seus 47 anos,o almoxarife Leonardo Mattos,que hoje trabalha no prédio,lembra que o espaço que será usado pela PM era usado por crianças durante os intervalos das aulas. Aluno do Ciep dentre 1986 e 1992,ele comemora a ressignificação de "espaços que estão obsoletos".

Quem passa pela Lagoa Rodrigo de Freitas,por exemplo,identifica facilmente o edifício,por ter em sua lateral o painel “Plantando bananeira”. A obra de arte de 15 metros de altura,feita com mais de 3 mil azulejos,foi inaugurada em 2011,inspirada em parte da obra “Guerra e Paz”,de Cândido Portinari. O espaço abrigou ainda durante os anos 2000 o Espaço Criança Esperança.

Leonardo Mattos,hoje almoxarife no edifício multiuso,foi aluno do Ciep João Goulart nos anos 1980 (na foto da época,ele está ao lado do primo) — Foto: Hermes de Paula e Reprodução

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Com uma altura estimada em 120 metros,o acesso ao prédio é feito por elevadores,acessados pela Rua Alberto de Campos,em Ipanema. Hoje,só um funciona,com filas que podem durar 40 minutos em horários de pico. A meta é reformar quatro equipamentos,e instalar mais dois. Ao todo,seis pessoas embarcam por viagem. A estimativa é que mil pessoas passam pelo local diariamente. Após a reforma,a previsão é que o número chegue a 3 mil.

— É muito importante ter esse tipo de intervenção do Estado. A comunidade estava um pouco atrasada em comparação com outras comunidades,como o Vidigal e a Rocinha,em relação ao turismo — comemora Sávio Firmino da Silva,vice-presidente da Associação de Moradores do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo.

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Onde hoje há um estacionamento de motos,serão instalados 15 quiosques,para que mulheres da comunidade vendam produtos (como projeto de capacitação e geração de renda). Há ainda outro projeto que pretende interligar as favelas do Cantagalo,onde fica o prédio multiuso,e do Pavão-Pavãozinho,por meio do chamado “Caminho da Arte”. A ideia é que cerca de 200 casas fiquem mais coloridas,através do trabalho de grafiteiros. Moradores poderão escolher a paleta de cores,ou até recusar a intervenção na fachada de suas casas. O projeto,em fase final,inclui ainda gradis e corrimãos novos em alguns pontos.

A coordenadora do Cidade Integrada pontua que durante a cúpula do G20,em novembro,a ideia é levar chefes de estado até a comunidade para apresentá-la como uma “favela modelo”.

Vista de quem nada na piscina do Edifício Multiuso,no Cantagalo — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

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