Em entrevista à agência Lusa,a primeira que dá desde que tomou posse,Luís Pais Antunes afirmou que o CES deve procurar ser "sempre uma fotografia" da sociedade,"tão nítida quanto possível" e reconhece que hoje em dia há setores que estão sub-representados no plenário desta instituição.
"Apesar de terem sido dados alguns passos importantes na aproximação do CES à sociedade civil,acho que o Conselho ainda está muito afastado da sociedade",explicou Pais Antunes.
Questionado sobre que setores têm pouca ou nenhuma representação neste Conselho,o presidente deu o exemplo dos imigrantes que atualmente representam uma fatia importante da força de trabalho em Portugal.
"Seria fundamental ter uma maior representação do que aquela que existe atualmente,que é a área de imigração",refere o líder do CES que admite que é um processo que terá de ser desencadeado já pelo novo plenário.
O plenário do CES é um órgão que alberga 78 conselheiros que representam várias entidades e setores da sociedade,desde o Governo,passando pelas organizações sindicais e patronais,até entidades do setor cooperativo,autarquias,profissões liberais,universidades,etc.
Trazer para dentro do CES os imigrantes não é a única ambição de Pais Antunes que também quer atrair para a organização a que preside alguns movimentos inorgânicos que,nalguns casos,"são muito visíveis e têm um grande impacto,mas têm zero representação".
"Acho que nós temos que encontrar uma forma de integrar alguma dessa inorganicidade também no universo de uma organização como o CES",explicou o novo presidente que tomou posse no início deste mês,sucedendo neste cargo a Francisco Assis.
Pais Antunes reconhece que "hoje em dia,existe um nível muito significativo de inorganicidade na sociedade" e que existem "movimentos muito fortes que não estão agrupados nas gavetas tradicionais". Movimentos que quer trazer para o CES.
Estes movimentos inorgânicos,na opinião do presidente,podem vir a integrar o CES através de sindicatos,de associações ou de outro tipo de organizações.
Apesar desta abertura para integrar representantes de imigrantes e de movimentos inorgânicos no organismo a que preside,o antigo secretário de Estado do Trabalho refere que não se pode cair no erro de aumentar muito o número de conselheiros que integram o plenário.
"Não podemos cair no erro que,a certa altura,em França se caiu,em que já havia centenas de membros no Conselho Económico e Social. Depois afeta a própria eficiência da organização",alerta.
"Admito que,da mesma forma que há setores que estão sub-representados,haverá setores que estão sobrerrepresentados,em que se justifica uma representação quantitativa menor",conclui.
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