DBRS mantém 'rating' de Portugal mas melhora tendência para positiva

"As tendências positivas refletem a avaliação da DBRS Morningstar de que as vulnerabilidades de crédito de Portugal continuam a diminuir,impulsionadas pelo rápido declínio no rácio de dívida pública,bem como pela melhoria sustentada nas contas externas",lê-se no comunicado divulgado hoje.

 

O rácio da dívida pública caiu para 99,1% em 2023,o nível mais baixo desde 2009,como destacou a agência,que antecipa uma continuação da trajetória de redução nos próximos anos,ainda que a um ritmo "mais lento".

Esta queda da dívida será "impulsionada por superavits primários consideráveis e um crescimento moderado do PIB nominal",perspetivou a agência.

Quanto ao novo Governo,liderado por Luís Montenegro,a DBRS disse ter expectativas de que "permaneça comprometido em entregar pequenos excedentes orçamentais".

Apesar de admitir que a "posição minoritária" do novo Governo no parlamento possa "complicar" a sua capacidade de legislar e prejudicar a estabilidade,a agência considerou que "o risco de Portugal se desviar significativamente de seu compromisso com uma política orçamental prudente é relativamente baixo".

Além disso,reiterou que mesmo que "nenhum Orçamento do Estado seja aprovado e o risco de eleições políticas aumentar",continuam a existir "riscos limitados de um desvio material do compromisso de Portugal com a prudência orçamental e redução da dívida pública".

No que diz respeito aos riscos para o 'rating' de Portugal,a agência identificou como principais vulnerabilidades "o nível elevado de dívida pública,a alta dívida externa e um potencial de crescimento económico relativamente baixo".

Ainda assim,a perspetiva é positiva e as classificações de crédito poderão mesmo "ser elevadas se o rácio da dívida pública de Portugal continuar numa trajetória descendente firme,ou se o país melhorar a sua resiliência económica e o seu potencial de crescimento",indicou a agência.

A DBRS foi a primeira agência de notação financeira a pronunciar-se no segundo semestre do ano. Segue-se a S&P,a 30 de agosto,a Fitch a 20 de setembro e a Moody's a 15 de novembro,fechando as avaliações em 2024.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira,com impacto para o financiamento dos países e das empresas,uma vez que avalia o risco de crédito.

 

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