Américo Muchanga é o novo presidente das Linhas Aéreas de Moçambique

Américo Muchanga,exonerado na terça-feira do cargo de presidente dos Aeroportos de Moçambique,vai substituir Theunis Christian de Klerk Crous,que ocupava interinamente a função desde fevereiro,no âmbito do afastamento de João Carlos Pó Jorge e do processo de reestruturação da empresa que está a cargo da Fly Modern Ark (FMA),empresa sul-africana contratada para recuperar a LAM.

Américo Muchanga ocupava o cargo de presidente dos Aeroportos de Moçambique desde fevereiro de 2022.

A FMA está a gerir a LAM desde abril do ano passado,com um plano de restruturação em curso.

A estratégia de revitalização da empresa segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos,com registo de alguns incidentes,não fatais,associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves.

Durante o período de gestão da FMA,a empresa sul-africana que tenta recuperar a LAM denunciou esquemas de desvio de dinheiro,com prejuízos de pelo menos quase três milhões de euros,em lojas de venda de bilhetes,através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não são da companhia.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) de Moçambique instaurou um processo para investigar alegados esquemas de corrupção na venda de bilhetes da transportadora aérea moçambicana e sobre a gestão da frota da companhia.

"A este processo,foi junta a participação remetida pela empresa,no seu dever de colaboração com a justiça,assim como a que foi remetida à procuradora da República da cidade de Maputo,por ser incompetente em razão da matéria",avançou à Lusa,na altura,uma fonte ligada ao processo.

Em janeiro de 2023,o GCCC já havia instaurado um processo para investigar alegações sobre a gestão da frota,nomeadamente,a venda de aeronaves,o seu aluguer,endividamento da companhia para aquisição de novo equipamento e operações de manutenção.

O processo também incide sobre contratação de fornecedores,legitimidade da faturação paga e com a venda de ativos sociais da companhia.

Aquela entidade solicitou à Inspeção-Geral de Finanças e à Inspeção-Geral de Administração Pública a realização de auditorias às contas de gerência da LAM,cujos relatórios ainda aguarda,adiantou a fonte.

Além de Moçambique,os alegados factos em investigação "ocorreram em cinco jurisdições estrangeiras,o que demandou o recurso à cooperação internacional para a obtenção de prova",acrescentou.

Na sequência das denúncias sobre alegada corrupção na venda de bilhetes da LAM,o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE),entidade que gere o setor empresarial do Estado em Moçambique,anunciou que quer ver os alegados desvios e atos de sabotagem interna apurados e pediu a investigação do Ministério Público.

A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico,a nível regional voa regularmente para Joanesburgo,Dar-Es-Salaam,Harare,Lusaca,e Cidade do Cabo,e Lisboa é o único destino intercontinental.

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